3 de abril de 2015

O Bote da Loba retorna a Campo Grande


Em abril, o Mercado Cênico, atendendo pedidos do público fará três apresentações do comentado espetáculo “O Bote da Loba”, último texto escrito por Plínio Marcos e inédito no Brasil.

A peça traz duas personagens: Veriska, uma cartomante, e Laura, casada. Laura sente-se insatisfeita com a vida, já procurou ajuda em vários médicos e em tantos lugares, porém sem nunca encontrar a solução para o seu problema. Assim, decide procurar Veriska para desabafar todas as suas angústias com o intuito de ser “curada”, a cartomante propõe a libertação.

O texto coloca em questão a angústia de muitas mulheres que não sabem lidar com sua própria sexualidade e, por extensão, da sua sexualidade relacionada aos seus parceiros. Por muitos anos, a mulher foi e ainda é instruída a ser submissa, cumprindo o papel da mulher dona do lar: mãe e esposa. Nas atribuições da mulher casada também estava à função de ser “mulher na cama”. Todavia, essa condição acabou se tornando uma obrigação e muitas mulheres desconheciam o prazer sexual, o carinho, o afeto durante uma relação sexual. Eis que algo diferente, até então para Laura acontece, Veriska, uma mulher dona de si, propõe como primeiro tratamento livrar-se de suas couraças e experimentar o que seria o inicio de sua libertação. Em cena estão Patrycia Andrade e Aline Calixto com direção de Vitor Samudio.

A peça “O Bote da Loba” foi escrita, em 1997, pelo dramaturgo Plínio Marcos pouco antes de sua morte. Com a saúde já bastante frágil, Plínio Marcos escreve seu último texto, em 1997, pouco antes da sua morte.



Plínio místico


Em um momento de sua vida inicia leituras exotéricas e de tarô e, então, incursiona sua dramaturgia para uma vertente mística, de cunho idealista filosófico, de autoconhecimento do ser humano - religiosidade subversiva, fase que foi denominada “mística”. Além disso, Plínio Marcos fazia atendimentos com leituras de tarô. A procura era, geralmente, por mulheres casadas insatisfeitas com o casamento.



O maldito


O dramaturgo foi considerado pela crítica como “escritor maldito” e por ele mesmo como “repórter de um tempo mau”, uma vez que a maioria de suas obras retratava a realidade do país de forma “nua e crua”, as 

mazelas da sociedade e, por isso, muitas delas foram proibidas pela censura. Foi palhaço de circo, jogador de futebol, funileiro, radialista, camelô, até chegar ao cenário da dramaturgia nacional como autor renomado. Além de exercer diversas profissões, conviveu com os mais variados tipos de pessoas, possibilitando-lhe, assim, experiências capazes de render características para traçar os perfis das personagens que fizeram parte de seus textos. Suas obras foram reconhecidas pela linguagem simples e direta e pelos personagens subalternos. Assim, sua poética diferenciava das produções que fazem parte do compêndio do teatro nacional, uma vez que Plínio Marcos procurava retratar a temática da marginalidade no cotidiano.



Serviço: O espetáculo estará em cartaz dias 17, 18 e 19 de abril, no Teatro Aracy Balabanian, às 20h, ingressos a R$ 20,00 e R$ 10,00 vendidos na bilheteria do teatro uma hora antes da sessão, aceitamos cartões de crédito, débito e vale cultura.
Mais informações em www.mercadocenico.com.br ou (67) 9854-1010.

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